Certa dor.

Tem dor que é boa e agente quer pra sempre, outras não.
Umas das boas era a da barriga, sabe aquela dor no pé da barriga depois de tanto rir?
Quando um show era bom, minha garganta queimava pelos gritos que eu dava. No dia seguinte, cadê a voz?
Engraçado perceber como era naquele tempo.A felicidade era certa. E plena.
Teu sorriso me doía, porque por tempos, eu te queria só pra mim.

Ainda tenho gravadas, em fotos, todas suas caretas que eram só minhas.Você, que desviava o olhar e tinha mãos inquietas ao falar, sem contar naquela sua mania de morder o canto da boca.
Me doía ver que você não sabia, algumas vezes, o que queria.

Porque não me diz, o que te faz feliz? Na verdade você não tinha forças para explicar.E eu para entender.
Eu agradeço por cada dor. Por cada dia em que eu fui totalmente feliz.

Sem tirar nenhum detalhe. Eu era feliz. Eu era completa.
Mas a buzina da sua partida...nossa... aquilo não foi dor. Foi soco, foi murro, foi porrada. Injusto, inesperado, inacreditável.Ainda me lembro da reação de cada músculo do meu corpo, todos paralizaram. Apensas um continuou a bater deseperadamente.E isso, não passou como você disse que ia passar..
Mas sabe?

Eu só queria te abraçar mais uma vez.